Exposição de fotografia Maremágnum de Jordi Socías

O Instituto Cervantes de Lisboa organiza e apresenta na próxima quinta, 29 de setembro às 18h30 a exposição de Jordí Socías, Maremagnum.

Maremágnum é um apanhado pela história recente de Espanha através da objetiva de uma das referências do fotojornalismo espanhol contemporâneo. A mostra aborda uma grande retrospetiva de fotografias que recolhem momentos da transição espanhola. Imagens com situações irreais e panoramas quotidianos de cidades. Porém, o corpo central da exposição é sem dúvida, formado por uma galeria de retratos em que o fotógrafo revela a sua visão pessoal de personagens chave para entender a cultura espanhola e europeia das últimas quatro décadas.

Mas, sem dúvida, o corpo central da mesma é formado por uma galería de retratos que recolhe a sua visão pessoal das personagens para entender a cultura espanhola e europeia das últimas quatro décadas.

Jordi Socías (Barcelona, 1945) é um dos nomes de referência para entender a evolução do fotojornalismo espanhol nas últimas décadas. O seu trabalho é fundamental para que se possa traçar uma história de carácter fotográfico em Espanha, pelo seu estilo particular, um estilo que se distâncía da objetividade, que é pensado em conjunto com a fotografia e que se faz consciênte da sua forma de representação subjetiva. Para a sua câmara posaram os mais importantes personagens e acontecimentos da história mais recente do país, proporcionando um interessante relato do que sucedeu desde os anos setenta, período em que começou a sua trajetória até à atualidade.

“Há indivíduos que a partir do nada alcançam o absoluto, personagens que se fizeram a si mesmas com muitos poucos meios a favor, salvo o talento e a constância. Jordi Socías é um desses homens. Nascido no ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial no bairro da Sagrada Família em Barcelona, no seio de uma familia laica, operária e republicana.

Da escola da rua ficou-lhe, como a tantos outros, um olhar compreensivo e sóbrio das suas gentes e lugares. Também uma explêndida capacidade para valorizar os pequenos prazeres da vida. De quem se criou entre calçadas, descampados, recados domésticos, tascas, matraquilhos e vendedores ambulantes é capz de apreciar o que os outros não valorizam: desde o perfume e o sabor de um “bisonte” comprado avulso, a amizade solidária em tempo de crise ou um bilhete para o “galinheiro” num cinema de bairro com sessão dupla.

Depois viria o incipiente e deslumbrante contato com a cultura autodidata, as tertúlias de café, os primeiros amores, o doutrinamento político, as sessões de cineclube com Antonione e Torres Nilsson e as viagens pelas estradas secúndárias como representante de uma marca de relógios de meia tigela.

Jordí Socias é t ão redicalmente autodidata que os seus primeiros contatos com a fotografia, o ofício que o marcaria para toda a vida, teve-os através de um curso por correspondência. Já então tinha visitado París e, po isso, tinha descoberto o que era a vida quotidiana em liberdade, os símbolos comunistas, os quisques com revistas sem censura, os cinemas com filmes proibidos, a subversão surrealista, as livrarias sem traseiras, os bistrós, a sensualidade do olhar...

“Nunca um curso de fotografia por correspondência gerou tal dispêndio de sensibilidade e de humanismo.” (cit. Ángel S. Harguindey)

Morada: Instituto Cervantes de Lisboa, Rua de Santa Marta, 43 F r/c

http://lisboa.cervantes.es